Parques Disney e Asterix

               É verdade que Paris possui uma série enorme de atrações ligadas à cultura e à História e que estes tendem a ser temas de interesse prioritário para os adultos. Mas existe coisa melhor do que desfrutar em uma única viagem do melhor de dois mundos e agradar também às crianças?

               Existem várias opções de atividades para os pequenos (que os não pequenos também podem aproveitar) em Paris, mas vamos nos ater nas duas principais: a Disneyland Paris (antiga Euro Disney) e o Parc Asterix.

          A Disneyland Paris é um complexo turístico localizado na cidade de Chessy, a cerca de 32 quilômetros de Paris. É composto por dois parques temáticos, hotéis e um campo de golfe. A região é servida pela linha A do RER (trem de Paris) cuja estação foi inaugurada dez dias antes do início do funcionamento dos parques, em abril de 1992. A estação fica a poucos metros da entrada do complexo, oferecendo muita praticidade e conforto para a realização do passeio. 

               Os aficionados em Disney que conhecem os parques de Orlando não podem ir a Paris achando que encontrarão algo nas mesmas proporções. Os parques de Paris, além de serem em menor número, apenas dois contra os seis da Flórida, são de dimensões mais modestas, mas oferecem o mesmo nível de atenção ao turista (ressalvadas as características francesas de atendimento) e brinquedos lúdicos ou de grande adrenalina como a Rock 'n Roll Coaster, ao Som de Aerosmith...

              O primeiro parque inaugurado foi a Disneyland, em 1992, tomando por base o modelo americano. Dez anos mais tarde seria inaugurado o segundo parque, o Wall Disney Studios, seguindo também os padrões do Reino Encantado da Magia...

            A Disneyland é dividida em Fantasyland, Discoveryland, Adventureland e Frontierland, todas simetricamente localizadas em relação à Main Street U.S.A. e cada uma com seus brinquedos característicos que dão uma boa base de orientação para os visitantes. O castelo rosa da Bela Adormecida (diferente do castelo azul da Cinderela de Flórida) se encontra no centro do parque.

            Já o Wall Disney Studios possui uma estrutura um pouco menor, sendo dominado pela estrutura do Hollywood Tower Hotel... um blinquedo avec plus emotion!!!

        Caso você seja um aficionado pela Disney e deseje aproveitar por alguns dias os encantos dos parques, poderá se hospedar no hotel do complexo, mas lembre-se que estará a 32 Km de Paris e ir e voltar para a cidade pode se tornar um pouco caro...

          Apesar de não serem muito grandes, é interessante reservar pelo menos dois dias para curtir os parques com prazer e evitar correrias, afinal, você estará em Paris, tudo que você não precisa é correr!!!

            O parque Asterix foi fundado em 1989 e se baseia nas aventuras do herói gaulês das tiras de quadrinhos e em seu fiel e inseparável amigo Obelix. Estes são os principais personagens das histórias de Albert Uderzo, um desenhista francês. 

                 O parque, baseado nos moldes dos parques de Orlando foi a concretização de um sonho de Uderzo que pretendia ser para a França aquilo que Wall Disney representara para os Estados Unidos. Por uma casualidade do destino, contudo, foi o estabelecimento dos parques Disney três anos depois da abertura do Asterix que quase levaram o empreendimento á falência.

                    Apelando para o sentimento nacional e realizando pesados investimentos em novas estruturas, o parque saiu do vermelho e já em 1995 apresentou um rendimento bastante satisfatório que acabou por consolidar a abertura do capital da empresa e o IPO na bolsa de valores de Paris.

              

                 

            Apesar de claramente não contar com a estrutura do "sonho Disney", o parque apresenta brinquedos bastante radicais e uma área de shows de golfinhos muito linda. 

             

              Ainda que esteja um pouco mais perto de Paris que seus concorrentes americanizados, o parque carece de meios de transporte tão eficientes quanto a Disneyland, não havendo estação de trem que o sirva diretamente. Para amenizar esta deficiência, serviços de navettes são disponibilizados de alguns pontos da cidade para o traslado. 

          Agora que você já conhece os principais parques temáticos de Paris, entre em contato com a Militur Viagens em nosso site www.militurviagens.com ou mande-nos um mail para gerencia@militurviagens.com, marque sua viagem e faça a alegria da garotada e, de quebra, conheça Paris!!!

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Os Castelos pouco conhecidos de Paris...

                Não há quem não tenha ouvido falar no Louvre ou em Versalhes, pelos menos dentre aqueles que pretendem um dia realizar o sonho de conhecer Paris. existem, contudo, outros castelos igualmente ricos em histórias e lendas mas que não fazem parte dos circuítos turísticos tradicionais e que, para conhecê-los, é necessário um pouco mais de esforço e familiaridade com a capital francesa e seus "subúrbios" ou "banlieue" como dizem os franceses.

Vincennes

                  O Chateaux de Vincennes é um dos mais bem preservados castelos medievais da Europa e, em virtude de sua torre de 52 metros, foi a mais alta fortaleza europeia ao longo da História. Sua construção teve a mesma origem que diversos outros palácios, servindo inicialmente como um pavilhão de caça destinado a dar suporte ao rei e seus acompanhantes enquanto praticavam o "esporte" na floresta local, Blois de Vincennes, em francês. Durante o século XIII o palácio passou por diversas ampliações e Luís IX, posteriormente reconhecido pela Igreja como São Luís, mandou erguer uma linda capela. Dali o monarca partiu para a Oitava Cruzada, da qual não regressaria com vida. 

Capela de São Luís em Vincennes

                O Castelo de Vincennes serviu de residência para diversas gerações de reis franceses, incluindo Luís XIV, o qual determinou a construção de duas grandes galerias chamadas de "Pavilhões" do Rei e da Rainha. O estilo arquitetônico adotado nessas reformas seria bastante empregado no castelo erguido por ordem  de Nicolás Fouquet, Superintendente de Finanças do rei...

Vaux-le-Viconte

                 Adivinhem... Mandado construir por Nicolás Fouquet, Superintendente de Finanças de Luís XIV, este palácio demonstrava toda a opulência e estilo de vida ostensivo de Fouquet, considerado o homem mais rico da França daquele período. Filho de um alto funcionário de Estado ao tempo de Richelieu, o próprio Nicolás tornou-se também funcionário real, pagando para tanto a taxa necessária (não havia concurso público no Antigo Regime). Como Mestre das Petições, regulava a agenda do rei e definia qual autoridade teria acesso ao monarca. Esta posição de evidente poder, lhe rendia muitos favores de seus pares. Mas seus recursos provinham também de outra fonte. Fouquet casou com uma das mulheres mais ricas da Europa e logo tornou-se viúvo, recebendo enorme herança. Em segunda núpcias desposou Marie-Madeleine de Castille, também herdeira de enorme fortuna. Durante a revolta da nobreza conhecida como a Fronda, Nicolás permaneceu fiel ao rei, recebendo assim, como recompensa a posição que hoje equivaleria a Ministro da Fazenda.

           Homem vaidoso, rico e dado a extravagâncias, Fouquet resolveu erguer um castelo que materializasse todo seu poder, mandando construir Vaux-le-Vicomte. A beleza do palácio, seus jardins, suas fontes, a riqueza de seu interior ornado com espelhos e outros objetos raros e de imenso valor na época, tornavam a nova residência do ministro uma verdadeiro paraíso na Terra, algo digno de reis... Mas Fouquet não era rei!

                   A inauguração do palácio contou com uma festa como nunca havia sido realizada na França ou talvez na Europa. Saraus de música por toda a noite, encenação de peças teatrais dos mais badalados artistas, festival de fogos de artifício (algo bastante caro para a época), finos presentes aos convivas, incluindo jóias de grande valor e, sobretudo, um banquete de inúmeros pratos realizados sob a orientação do grande Chefe de Cozinha François Vatel. 

            Luís XIV a tudo olhava, nada dizia. Alguns dias após a inauguração de seu suntuoso palácio Fouquet foi conduzido a Vincennes. Ao invés de ser recebido pelo rei como supunha, foi levado ao calabouço. Ter sido fiel durante a Fronda ou ter servido por anos defendendo os interesses reais de nada adiantou. Fouquet cometeu o grande crime de aparecer mais que o rei, ainda mais um rei que se definia como o próprio Estado, ou seja, um reles servente se coloca acima de toda a França. 

              Nicolás Fouquet permaneceu preso por vinte anos, até o dia de sua morte. Não chegou a conhecer a maior parte das dependências do palácio que o levou à desgraça e muitos historiadores o identificam como o verdadeiro Homem da Máscara de Ferro.

                 Para jogar no esquecimento o triste episódio e recuperar seu orgulho ferido, Luís XIV determinou a construção de um palácio maior e amis lindo que Vaux-le-Vicomte. Algo que fosse digno de sua realeza e que o mantivesse afastado da pobreza de Paris. Assim nasceu a ideia do Palácio de Versailles.

                     Monsieur François Vatel, o grande Chef de Cuisine, teve que procurar outro emprego e foi contratado por Luís II de Bourbon, Príncipe de Condé e proprietário de outro lindo palácio...

Chateaux de Chantilly 

         O Castelo de Chantilly teve sua origem em uma fortaleza medieval mandada erguer por volta do ano 1000, início do século XI, cuja destinação era proteger o acesso norte a paris, na região do Oise. Durante séculos o domínio pertenceu a diversas família nobres e, no século XVII foi herdado por Luís II de Bourbon, Princípe de Condé, membro de um ramo secundário da dinastia e sem pretensões reais. Mas o prestígio da família era tanto que os senhores de Chantilly ostentavam o título único de Primeiros Príncipes de Sangue Real, apesar não comporem a linha sucessória do trono de França.

          Durante o conflito da Fronda o Príncipe Condé se posiciona contrário à política do Cardeal Mazarin e, consequentemente, desafia o poder de Luís XIV. Após a vitória dos exércitos leais ao monarca, esperava-se que Condé tivesse o destino costumeiro dado aos traidores: a morte. Mas tal não ocorreu. O rei resolveu poupar a vida do primo mas submeteu sua região a tamanha privação de recursos que tanto a população quanto o príncipe beiravam a ruína. Em último esforço para buscar os favores do rei, Condé contratou os serviços de François Vatel, demitido de Vaux-leVicomte em virtude da prisão do proprietário.

          Vatel procurou fazer o que sabia: um grande banquete para assim ganhar a simpatia do rei e, quem sabe ir trabalhar no palácio real, o clímax de sua carreira.

            O Chef de Cuisin imaginou uma série de pratos, incluindo alguns com o creme que inventara e que havia batizado com o nome do palácio de seu empregador, Chantilly. Mas o prato principal era um rebuscado peixe da região. Ocorre que na época não existiam mercados, nem geladeiras... O peixe tinha que ser fresco e pescado na hora. Estava tudo pronto... Faltava apenas o peixe! Percebendo que seus planos iriam por água a baixo e que não conseguiria apresentar seu prato principal ao rei, Vatel não resistiu à pressão e tirou sua própria vida com sua faca de trinchar. Hoje, no Palácio de Chantilly, os peixes que faltaram a Vatel habitam em grande quantidade no canal que cerca o castelo...

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Um pouco mais de Paris

                    Não há como esgotar as informações sobre Paris em poucas postagens. A prova disso é o trabalho maravilhoso de Lina Hauteville que há dez anos mantém o "Conexão Paris" com informações sobre a capital francesa e seu entorno. 

                     Nosso propósito aqui não é, de forma alguma, informarmos tudo sobre a Cidade Luz, uma das mais lindas e movimentadas metrópoles mundiais e seguidamente mais visitada cidade do mundo. Pretendemos sim fornecer informações básicas para despertar o interesse por este lindo destino e dar condições para que os clientes e amigos da Militur Viagens saibam por onde iniciar seu planejamento de férias antes de realizar a viagem de seus sonhos.

                       Comecemos pelo fundamental:

          La Tour Eiffel, anteriormente chamada de Torre de 300 Metros e rebatizada em homenagem a seu construtor Gustave Eiffel, é uma construção de ferro erigida para ser a grande atração da Exposição Universal de 1889. Inicialmente muito criticada, tornou-se com o tempo o símbolo da capital francesa e um dos pontos turísticos mais visitados do mundo.

             O Campo de Marte, antigo local de instrução militar, estende-se da Torre Eiffel até a Escola Militar. Com cerca de 25 hectares, é uma das maiores áreas verdes de Paris. Em 1889 foi doado pelo Exército Francês à comunidade parisiense, dentro do contexto das comemorações do centenário da Revolução Francesa e da Exposição Universal de Paris.

             L’École Militaire foi mandada construir por Luis XV no século XVIII e ainda hoje abriga diversos institutos franceses de ensino superior militar. Em seus bancos escolares sentaram-se diversos líderes militares de renome, incluindo Napoleão Bonaparte, o general que se tornou imperador. As paredes de pedra da Escola ainda mostram diversas marcas de tiros, heranças das inúmeras revoltas parisienses nas quais o prédio, e seus habitantes, eram alvos principais.

               L’hôtel des Invalides é um monumeto parisiense cuja construção foi ordenada por Luis XIV por édito de 24 de fevereiro de 1677, com o objetivo de de abrigar “aqueles que expuseram suas vidas e derramaram seu sangue pela defesa da Monarquia”. Hoje em dia acolhe cerca de uma centena de veteranos do Exército, além de uma série de museus e uma necrópole militar, onde se encontra com grande destaque a tumba de Napoleão Bonaparte, “Imperador dos franceses”.

                O Hôtel de Ville, a prefeitura de Paris, tem sido palco das principais manifestações populares desde o século XIV. O prédio atual foi construído a partir de 1871, tendo como modelo o antigo projeto de 1533, destruído por revoltosos da comuna de Paris. A praça que lhe cedeu lugar, la Place de Gréve, deu origem ao termo que designa paralisação de trabalhadores, referência às inúmeras manifestações sociais lá ocorridas desde a baixa idade média.

              L’arc de Triomphe foi construído entre os anos de 1806 e 1836, por ordem de Napoleão. Está situado na praça de l’Étoile, que por vezes lhe complementa o nome, no extremo oeste da avenida des Champs-Élysées, a 2,2 quilômetros da praça de la Concorde. Em seus pilares estão inscritos os nomes das grandes batalhas travadas pela Revolução e pelo Império Napoleônico. Sua origem está na declaração de Bonaparte após a Batalha de Austerlitz a seus soldados que “Vous ne rentrerez dans vos foyers que sous des arcs de Triomphe” (Vós não retornareis a seus lares que não sob os Arcos do Triunfo).
               A praça de l’Étoile forma uma enorme rotatória para onde convergem doze avenidas. Detalhe: sem semáforo, preferencial, guarda de trânsito ou qualquer outra forma de controle. O espaço pertence aos mais audazes…

 

              A Catedral de Notre Dame de Paris foi um dos primeiros exemplares de construção gótica da capital francesa seguindo, em geral, o esquema arquitetônico preconizado na época. Este tipo de construção é amplamente explorado na obra de Ken Follett “Os Pilares da Terra”. As grandes aberturas permitidas pelo domínio da tecnologia dos arcos ogivais possibilitaram a implementação de uma nova dinâmica nas igrejas a partir do século XII. Os ambientes escuros, com pequenas janelas do estilo românico foram substituídos por prédios mais leves, amplos e iluminados. Os peregrinos que rumavam para estes novos templos podiam se sentir assim mais próximos de Deus e movimentavam a economia local.

           Vista aérea da Catedral de Notre Dame onde se observa a cruz característica da catedrais góticas, formada entre a nave principal e o transepto.

            Notre Dame começou a ser construída em 1163, no local de uma antiga igreja romana, erguida sobre as ruínas de um templo pagão. Sua construção demandou mais de dois séculos de trabalho, não possuindo, portanto, um modelo único de estilo arquitetônico.

                A famosa auto-sagração de Bonaparte como imperador da França foi um dos grandes eventos ocorridos em Notre Dame, perpetuado no famoso quadro de Jaques-Louis David. Nesta obra, atualmente exposta no Museu do Louvre, o artista teve que “improvisar” a mãe do imperador na assistência uma vez que a mesma recusou-se a comparecer, por imensa antipatia à Joséphine de Beauharnais. Curiosamente, Dom Pedro I, Imperador e Defensor Perpétuo do Brasil veio a se tornar cunhado e “neto emprestado” do Imperador dos franceses, por intermédio respectivamente de seus casamentos com Leopoldina, Arquiduquesa da Áustria (cunhada de Bonaparte) e com Dona Amélia (filha do filho adotivo de Napoleão).

Catedral Gótica

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Museu Nacional da Idade Média

            Paris possui um número quase inacreditável de museus e locais destinados à preservação da história e da cultura francófona. Conhecer cada um destes lugares demandaria muito tempo e considerável investimento. Por isso é bastante aconselhável ao turista que eleja, dentre as inúmeras opções, aquelas que mais se identificam com o seu perfil e seus interesses pessoais.

            Aos aficionados por História e particularmente pela Idade Média, visitar o Musée National du Moyen Âge é, sem dúvida, uma obrigatoriedade. 

                  Localizado no centro do Quartier Latin, o próprio prédio onde se encontra o museu já é um aspecto de relevante motivação para a visita. O Hôtel de Cluny era a residência oficial do abade de Cluny (cuja sede se localizava em Saône-et-Loire) em Paris. Foi construído no Séc. XIII por ordem de Jean III de Bourbon e ampliado no final do século XV pelo abade Jacques d'Amboise. Ainda hoje podemos observar o brasão de armas de Amboise nas partes altas da fachado do prédio.

                A coleção referente ao medievo começou a ser formada em 1843 por Alexandre du Sommerard que alugou algumas peças do prédio a fim de reunir sua coleção particular referente ao período. Alguns anos mais tarde o Estado francês comprou a coleção e nomeou o filho de Sommerard, Edmond, como primeiro diretor do museu.

                 Hoje, o Museu da Idade Média de Paris é um dos mais completos do mundo dedicados a este conturbado período da História. Suas peças são de uma representatividade imensa e sua coleção abrange diversas áreas de expressão artística como a ourivesaria, pintura, escultura, vidraçaria e tapeçaria,  sendo esta um dos destaques do museu.

                     As armas utilizadas no período também estão em destaque, particularmente as espadas e armaduras, Sendo possível ao visitante empunhar uma réplica de uma espada com dimensões e pesos compatíveis com as utilizadas pelos combatentes cruzados.

               Objetos de ouro e prata são bastante comuns no museu, quase que na totalidade realizados com motivos religiosos, evidenciando o poder que a Igreja Católica exercia no período.

             A peça de ourivesaria de maior destaque é sem dúvida a Rose d'Or de Minucchio da Siena, realizada em 1330 pelo artista italiano e doada pelo Papa João XXII, o primeiro Papa de Avignon, a Rodolfo III de Nidau. Estas rosas de ouro eram confeccionadas pelos mais eficientes ourives da época, abençoadas pelo Papas e oferecidas a autoridades, igrejas, ordens ou cidades que manifestassem sua lealdade ao poder da Santa Igreja e ao Papa.

             As esculturas do museu também se destinam a enaltecer motivos religiosos, centrados na Sagrada Família e no próprio Cristo. A ideia que se procurava passar era da importância da família, o respeito aos ensinamentos religiosos, a importância do trabalho dedicado e servil e a adoração ao supremo sacrifício do Salvador que ofereceu sua vida pela remissão dos pecados do mundo. Os trabalhos se concentram em madeira, pedra e mármore e são importantes testemunhos de técnicas perdidas ao longo do tempo, em especial relacionadas à policromia dos objetos.

            

           Os vitrais também se destacam na coleção do museu, oferecendo um testemunho bastante detalhado da evolução desta arte num período de quatro séculos. Inicialmente destinados tão somente a oferecer iluminação ás igrejas por aberturas pequenas de estilo românico, os vitrais passaram a ser peças de extrema importância para a aproximação dos fiéis com o Divino, particularmente com a evolução da arquitetura e a passagem ao estilo gótico, com seus arcos ogivais e suas aberturas maiores pelas quais a luz do sol poderia incidir e, refletindo no vidro colorido, aumentar a ambiência de divindade que caracterizava as igrejas e encantava os fiéis. Uma das mais belas expressões dessa arte é a grande rosácea de catedral de Notre Dame de Paris.

         A pintura medieval conservada no museu também nos encanta pela qualidade de suas obras e poder de transmissão da ideia reinante no período. assim como as demais expressões artísticas, a pintura também se caracteriza por motivos religiosos. Seguindo as tradições romanas e que seguirão também pela Idade Moderna, após o Renascimento, era bastante comum na Idade Média as famílias de grande poder político e econômico escolherem artistas para retratarem imagens sacras ou do passado glorioso de seus ancestrais e assim demonstrarem sua importância social. Atuando como mecenas, estas famílias possibilitaram a chegada até nós de obras primas do período que demonstram ter sido a Idade Média não apenas uma era de obscurantismo e perda de capacidades intelectivas mas também um época de expressão artística de elevada qualidade, ainda que centrada majoritariamente em motivos bastante específicos.

              Mas algumas obras nos fornecem também indícios de que algumas ações ligadas ao estudo e à cultura não deixaram de ser contempladas, como evidencia a obra L'Arithmétique, onde se observa uma mulher ensinando a jovens da nobreza cálculos matemáticos com objetos concretos, uma técnica de ensino bastante comum na época.

    

            Mas não resta dúvida que os assuntos ligados à religiosidade eram mais comuns no período,como na obra "A Libertação de São Pedro", mandada executar pelo bispo Guillaume de Helande em 1460 em comemoração a sua elevação ao trono episcopal de Beauvais e o fim da Guerra dos Cem Anos. Caracterizam a obra, além da postura humanizada das personagens, evidenciada pelo apoio do santo sobre as costas do anjo, bem como pelo olhar fraternal deste para São Pedro, o brasão das armas do bispo, representando seu poder e a palavra PAIX, diversas vezes espalhada pela gravura, indicando a importância do fim de um conflito que se arrastava há 116 anos. 

             Ainda no tema religioso, se destaca entre as obras do museu o quadro da lenda de Saint Etienne (Sthephanos em Grego). O Santo teria sido um dos primeiros mártires cristãos, morto e lançado fora das muralhas para ser devorado pelas feras, teve, segundo a lenda, seu corpo guardado pelos animais que o mantiveram intacto até que fossem realizados os devidos ritos funerários. Saint Etienne foi um dos santos mais adorados na França durante a Idade Média.

             O grande destaque dentre as peças do museu, contudo, são as tapeçarias do medievo. Utilizadas nas paredes dos castelos e não espalhadas pelo chão como atualmente, as tapeçarias tinham a finalidade prática de manterem os locais aquecidos durante os rigorosos invernos e também expressarem as ideias vigentes na sociedade de então. A coleção mais completa preservada contudo, não retrata um motivo diretamente religioso...

      Com destaque para a obra La Dame a la licorne, a Dama e o Unicórnio em tradução livre, representa uma mulher nobre e a manifestação dos cinco sentidos na presença de um unicórnio e, por vezes de um leão e um macaco. Composta por seis tapeçarias diferentes, a coleção data do final do século XV e são interpretadas, de acordo com as atitudes da dama, como representantes do tato, da visão, audição, gosto e odor. A sexta tapeçaria, representando o sexto sentido, possui uma inscrição que pode ser traduzida "Meu único desejo", sendo interpretada como o Amor ou como a renúncia dos aspectos materiais e a entrada na vida devotada a valores espirituais.

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Mais um pouco sobre o Louvre...

Conhecendo o Louvre...

O Museu Do Louvre

               O Museu do Louvre é herdeiro direto de uma história que remonta mais de oito séculos. Sua origem está relacionada à construção de um castelo em 1190 por ordem do rei Filipe Augusto, cuja principal característica era uma torre de menagem com trinta metros de altura. Sua vocação defensiva perdeu muito do rigor durante o reinado de Carlos V, quando foram erguidas novas cinturas das muralhas de Paris. Durante séculos o palácio foi se adaptando às necessidades de seus moradores mediante demolições, reconstruções e adaptações. A construção dos Palácio das Tulherias (destruído por um incêndio em 1871) condenou o Louvre a um segundo plano que, apesar das modificações mandadas proceder por Luis XIV, acabou sendo abandonado de vez pela família real com o estabelecimento da corte em Versalhes em 1682.

               Com a queda do Antigo Regime, o governo revolucionário por intermédio de decreto de 1791 consagra o antigo palácio para a "reunião de todos os monumentos das ciências e das artes". Dois anos mais tarde entra em funcionamento o Museu Central das Artes no Salão Carré e na Grande Galeria. 

                   A expansão do império napoleônico nos anos seguintes possibilitou o incremento do acervo com obras de grandes artistas da Europa, desde a antiguidade clássica e esta vocação cosmopolita seguiu nos séculos seguintes com a abertura de departamentos destinados a peças de diversas áreas do mundo e de todos seus períodos históricos, como o Egito, a Assíria, o México e a Argélia.

O belo interior do Palácio do Louvre

A Monalisa de da Vinci

                       Apesar de não figurar entre as maiores obras pertencentes ao acervo do Louvre, aliás, bem longe disso, a Monalisa é sem dúvida a mais famosa e a mais procurada pelos turistas e estudiosos do museu. Esta fama não apenas está atrelada ao histórico de seu enigmático pintor mas também a uma série de lendas e histórias que envolvem da Vinci com sua eleita obra prima. O ilustre renascentista italiano pintou o quadro em 1503, supostamente para uma dama florentina contudo, existem várias teorias contra esta opinião dominante incluindo a ideia de que a obra se trataria de um auto-retrato. 

                          Em mais de cinco séculos de exposição ao público a Monalisa já foi roubada, sofreu atentados com ácido, com pedra e até mesmo com uma xícara de chá. Em função disso e de sua incrível fama é a única obra do museu a possuir um sistema especial de proteção.

Os Escravos de Michelangelo

                     Esculpidos para fazerem parte do conjunto escultório do túmulo do Papa Júlio II, estas obras assim como o Moisés da igreja de San Pietro in Vincolli, em Roma, terminaram por não comporem o grande projeto a que se destinavam. A ideia do magnífico monumento em memória do Sumo Pontífice não chegou a ser concluída uma vez que o artista fora desviado para realizar a pintura do teto da capela Sistina, uma homenagem ao tio de Júlio II, o também Papa Sisto IV. Este desvio da função de escultor para pintor revoltou profundamente a Michelangelo que, segundo ele próprio, era um pintor "medíocre".

                       Ao esculpir Os Escravos o artista procurou evidenciar a luta da alma enclausurada no corpo material que a faz nascer porém a aprisiona. A representação desta luta reside no contraste entre a musculatura tensa do corpo e as sensíveis expressões de suas faces.

Escriba Sentado

                       Descoberto em 1850, esta pequena escultura pouco maior que cinquenta centímetros data de vinte e três séculos antes de Cristo. Tão grande é sua relevância histórica que se tornou um símbolo do departamento de antiguidades Egípcias do Louvre. A expressão de contentamento sustentada pela personagem há mais de 40 séculos denota o prestígio que sua função gozava na sociedade egípcia da quarta dinastia. Não raro, os próprios príncipes do Egito se faziam retratar como escribas para representarem suas capacidades intelectuais.

Diana de Versailles

                    Chamada oficialmente de Artemis e a Corça, esta estátua foi esculpida entre o século I e II de nossa era, sendo uma imitação de um modelo do século IV a. C., segundo uma prática comum da época. Foi doada pelo Papa Paulo IV ao rei Henrique II da França em 1556, sendo a primeira grande estátua da antiguidade a entrar nas coleções reais. O restauro pelo qual passou em 1602 acrescentou-lhe um braço faltante que no original provavelmente empunhava um arco.

A Liberdade Guiando o Povo

                   Após a restauração do trono francês com a derrota de Napoleão, o rei Carlos X tentou restabelecer Antigo Regime e se consolidar como rei absolutista. A tentativa porém não foi aceita pela população que se colocou em marcha nas revoltas de 1830 culminando com a deposição do monarca. Na tela de Eugêne Delacroix a efígie da Liberdade, representando a República, lidera o povo contra a soberba dos governantes.

Código de Hamurabi

              O código de Hamurabi é o mais antigo compêndio de leis a chegar à nossa época. Foi estabelecido próximo ao ano de 1700 a. C. na antiga Babilônia. Gravado em monumento monolítico de rocha, foi encontrado em 1901 por uma expedição francesa na região da Mesopotâmia, onde hoje é o Irã. Implementado no reinado de Hamurabi, é também conhecido como a "lei do talião" devido à máxima de "tal for o crime, qual será a pena", sintetizado modernamento pelo conceito olho por olho, dente por dente.

                       Apesar de o código prever distinções explícitas para aplicação da lei entre as três diferentes classes sociais existentes na sociedade de então, o conjunto de leis foi descrito em sua base como uma garantia para os mais fracos, as viúvas e os órfãos. De certo modo existe uma lógica nas proposições da norma que podem ser modernamente entendidas até como liberalizantes para a mulheres, como a possibilidade de se assumir outro marido no caso de aprisionamento do primeiro ou na obrigatoriedade do pai sustentar os filho mesmo em caso de término do casamento.

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