Algumas regiões europeias parecem ter saído diretamente dos contos de fadas para a realidade. São caracterizadas por lindos castelos, normalmente banhados por límpidos rios, entre vales floridos e montanhas cobertas de neve... O
Vale d'Aosta é exatamente assim... Tendo sido no passado uma importante região de passagem entre importantes reinos e por apresentar uma topografia facilitadora de ações defensivas, o vale sempre despertou o interesse de ser dominado e protegido.
A primeira significativa presença no vale foi dos romanos, que o conquistaram ainda no primeiro século de nossa era. Ainda hoje, algumas construções do período testemunham a presença das legiões imperiais entre suas montanhas e vales.
Mas foi durante a Idade Média que a maior parte dos antigos monumentos ainda remanescentes foi construída. Por ser um período marcado pela descentralização do poder, no qual cada Senhor Feudal poderia dispor de um exército particular e guerrear com seu vizinho, o medievo estimulava a construção de fortalezas e castelos por parte das famílias poderosas para proteção contra ataques. A dissociação do terreno em virtude do relevo montanhoso fez proliferar um grande número destes castelos. Passaremos a "visitar" alguns deles, a partir de agora.
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Castelo Savoia foi a última grande construção real do Vale. Sua edificação data do início do século XX e foi erguido por ordem de Marguerite de Savoie, esposa do rei Humberto I, que desejava uma residência de sonhos para suas férias alpinas. A característica principal deste castelo são as cinco torres cônicas, mas com coberturas distintas entre si, demonstrando uma tendência modernista de quebra dos padrões clássicos de simetria. Certamente Marguerite não sofria de transtorno obsessivo compulsivo... Outo destaque do castelo são os belos jardins com plantas alpinas e diversas variedades de margaridas, em homenagem à rainha. Se o visual externo do castelo é digno do nome da localidade onde foi erguido - Belvedere (Bela Vista) - o interior da edificação não é menos imponente. Os três andares conservam pinturas ornamentais, móveis de época e elegantes decorações.
O Forte de Bard foi construído sobre um rochedo que domina uma estreita gargante do rio, antiga via de acesso obrigatória de acesso ao Vale. Por propiciar uma formidável posição de controle sobre uma considerável extensão do rio, o local escolhido se revelou ideal para a construção da fortaleza. Por possuir uma história relacionada a invasões, desde o tempo dos romanos até o período da casa de Savoia, incluindo na lista de generais a guerrearem entre estas montanhas figuras como Aníbal e Napoleão, a imponência do Forte de Bard demonstra a importância da área por ele protegida e a intenção de aproveitamento dos aspectos naturais para beneficiar a defesa da região. Tendo perdido suas funções militares, hoje a fortaleza se destina a ser um espaço de preservação da cultura alpina, disponibilizando diversos espaços lúdicos que podem ser acessados por um sofisticado sistema de elevadores panorâmicos que proporcional uma inigualável vista do Vale.
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Castelo de Issogne é muito mais uma sofisticada residência senhorial do século XV que uma construção com reforço defensivo. Esta foi uma das diversas obras de arte deixadas à Humanidade pela poderosa família Challant, que desempenhou considerável poder na região entre os séculos XIII e XVI, bastante ligada à Casa de Savoia. Georges de Challant, no fim do século XV, transforma uma antiga construção de caça em um suntuoso edifício que abrigará, ao longo dos séculos, belos objetos de arte e maravilhosas decorações distribuídas por diversas salas concebidas para fins educativos. Os Challant são até hoje reconhecidos como tendo sido governantes esclarecidos, capazes de promover a paz social e o estado de bem estar, testemunhado pelas cenas retratadas neste belo castelo.
Concebido com fins claramente defensivos, o
castelo de Verrès se impõe como uma das grandes obras do Vale d'Aosta destinadas à proteção da região. Sua estrutura compacta e austera evidencia esta vocação estratégica, com a finalidade de controlar o curso do rio Ayas. Construído sobre uma plataforma rochosa, sua base se constitui em um cubo perfeito de 30 metros e suas salas ainda hoje são ornadas com ricos detalhes decorativos que testemunham o poder da família Challant no curso do medievo valdostino. Mandado construir por Iblet de Challant em 1390, este importante castelo é um dos exemplos mais antigos de construções com detalhes góticos da região.
Outro exemplo de construção do século XIV a testemunhar o poder da família Challant na região é o
Chateau d'Ussel, construído em 1343 por ordem de Ébal II, Senhor de Challant. Esta imponente fortaleza que domina o platô de Châtillon, foi o primeiro castelo concebido em monobloco do Vale. Consideravelmente deteriorado pela ação do tempo e por séculos de abandono, foi revitalizado por ação de Marcel Bich, industrial valdostano, proprietário das Industrias BIC. Com a morte do empresário em 1994, o castelo foi doado à administração da Região Autônoma do Vale d'Aosta que passou a gerir o espaço com finas de preservação da cultura local, apresentando exposições permanentes e temporárias de materiais e obras regionais.
Fénis, que se constitui em um dos mais célebres castelos do Vale, deslumbra os visitantes por seus conjuntos de torres e muros fortificados. Construído sobre um antigo prédio abandonado, foi mandado edificar por Aymon de Challant (1305 - 1387), protegido por um quase inexpugnável aparelho defensivo de duplas muralhas, a semelhança de
Carcassonne, na França. Fénis foi uma das mais prestigiosas residências senhoriais e seu interior é ornado com diferentes afrescos representando a vida cotidiana dos habitantes e suas crenças religiosas. Muito provavelmente a coleção de pinturas date do período de Bonifácio, Senhor de Challant, filho de Aymon.
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Chateau de Sarre se caracteriza por ter sido a residência alpina de um rei caçador. As paredes de várias salas da construção evidenciam a importância que a caça tinha para os antigos habitantes do castelo, ornadas com os chifres de milhares de
bouquetins (íbex) e
chamois (camurça), espécies de caprinos dos Alpes. Apesar ter como base uma construção medieval, o castelo foi totalmente reconstruído entre os séculos XVIII e XIX, antes mesmo de ser adquirido por Victor-Emmanuel II, primeiro rei da Itália unificada, que o utilizava como base para suas empreitadas de caça.
Aymavilles é outra herança que a Humanidade deve à família Challant. Suas quatro torres circulares remontam ao século XIV, mandadas construir no período de Aymon de Challant porém, pouco do castelo data daquela época, uma vez que ele foi bastante modificado ao longo dos séculos. Uma das alterações mais significativas foi realizada por ordem de Joseph Félix de Challant, durante o século XVIII, que reestruturou a construção, transformando-a em uma elegante residência, com grandes galerias ricamente ornadas, preenchendo os espaços entre as torres.
Muitos outros castelos e casas senhoriais enfeitam o
Vale d'Aosta. A viagem por aquela bela região se reveste de uma magia apenas compreendida por que já teve a grata satisfação de interagir com o simpático povo valdostano, provar seus deliciosos vinhos, saborear sua culinária peculiar e percorrer as belas paisagens alpinas... Se quiser experimentar este prazer indescritível, entre em contato com a
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